sexta-feira, 13 de junho de 2008

Post 7 - O diluvio

Diluvio - a versão mais conhecida, pelos ocidentais, desse evento é a biblica.
Em síntese os capitulos 6 a 8 de Genesis contam um relato de como era a humanidade nos dias de Noé.
Os filhos de Deus (anjos) se misturaram com a humanidade, tomaram esposas e tiveram filhos híbridos que espalhavam a maldade na terra. Deus ordena que Noé construa uma arca, coloque animais. Faz com que a agua desça dos céus e elimina todas as formas de vida (exceto peixes, logico) que estavam fora da arca.
Particularmente não consigo entender como Deus conseguiu encobrir toda a terra - Everest com seus quase 9000 mts de altura, Kilimanjaro e Aconcagua com algo em torno de 7000 cada um. Nem porque Ele resolveu aniquilar com os Lhamas dos Andes, Cangurus da Oceania, micos leões dourados da America do Sul, Pumas Norte Americanos, toda a vida selvagem da Africa, e tantos outros inocentes animais que foram afogados.
Tão incrivel quanto essa decisão divina, deve ter sido a operação logistica para redistribuir os animais aos seus habitats naturais novamente, apos a saída da arca. Realmente, Deus é sábio e milagroso. Coletou animais dos confins das americas, africa, oceania, europa e asia, inundou o mundo, matou os rebeldes anjos, seus filhos híbridos, a humanidade que não entrou na arca, escoou milagrosamente toda a agua (não faço nem ideia de quantos bilhões de litros d'agua foram), depois redistribuiu logisticamente todos os animais para seus devidos lugares e só esqueceu de um detalhe - de instruir a Nóe como deveria ser a adoração correta e unica a Ele a partir daquele momento.
Houve ali uma chance incrivel de acabar com paganismo, demonismo e toda a apostasia. Poderia ter ensinado e instruido a humanidade diretamente a como adora-lo e nunca mais fantasiarem sobre falsas deidades.
Mas não fez isso, deu-se por satisfeito por aniquilar toda a vida alheia à arca, e deixar a humanidade ao seu proprio destino.
Porque não um redentor ou instrutor naquele momento?

Saindo do universo biblico, vamos analisar o "caso diluvio" por outros prismas, afinal não foi apenas os judeus que contaram essa historia. A Epopéia de Gilgamesh foi escrita por volta de 2000 A.C pelos Sumérios e é a primeira obra literaria da humanidade. A narrativa muito mais rica em detalhes e emoções, detalha os dias de chuva.
Nesta obra, os deuses se irritaram com o barulho causado pela humanidade. Enlil decidiu eliminar a humanidade, mas Ea avisou a Utnapishitim (equivalente a Noé) e o instruiu a construir uma embarcação para salvar sua familia, parentes, os artesãos e carpinteiros que o ajudaram na construção e animais domesticos e selvagens.
Na narrativa, os deuses lamentaram pelo feito, assim como na narrativa biblica, não pensaram na consequencia devastadora do ato.
A obra Suméria da detalhes semelhantes ao da narrativa de Genesis, como o encalhe da arca numa montanha, ter soltado aves para certificar se havia terra, beber vinho após a saida da arca, fazer sacrificio, o prazer dos deuses em sentir o cheiro do sacrificio.

No relato, o deus guerreiro Enlil apos ficar furioso por saber que alguns mortais sobreviveram acabar por abençoar Utnapishtim e sua esposa com a imortalidade, e profere -
Inflige ao pecador o seu pecado,
inflige ao transgressor a sua transgressão,
pune-o levemente quando ele escapar,
não exageres no castigo ou ele sucumbirá;
Antes um leão houvesse devastado a raça humana
Em vez do dilúvio,
Antes um lobo houvesse devastado a raça humana
Em vez do dilúvio,
Antes a fome houvesse assolado o mundo
Em vez do dilúvio,
Antes a peste houvesse assolado o mundo
Em vez do dilúvio.

Alguns aspectos a considerar entre as obras judaica e suméria -
A Epopéia de Gilgamesh foi escrita pelo menos 500 anos antes de Genesis, portanto, já era de conhecimento da humanidade.
A EdG fala que o dilúvio aniquilou a raça humana, e não o mundo inteiro.
Os sumérios (ou babilonios) já eram um povo organizado e estruturado muito antes dos judeus o serem, e os influenciaram em sua cultura.

Ainda tem mais, varios outros povos contam historias de cataclismas enviados por deuses raivosos que destruiram a humanidade -
- Os astecas, no México contam que um homem chamado Coxcox se salvou junto com sua esposa num barco, deixando a arca então no Monte Colhuacau. Pinturas retratando o grande dilúvio foram encontradas entre os astecas, os mistecas, os zapotecas, os tlascalanos e muitos outros;
- Os maias também deixaram crônicas gravadas em hieróglifos, as quais foram quase que totalmente destruídas pelos espanhóis durante as guerras de conquista. Porém, seu conteúdo permaneceu vivo na memória das pessoas e foi transcrito para uma crônica em latim. Essa crônica, entitulada Popol Vuh, retrata um grande cataclisma e um dilúvio ocorrido em uma terra a qual era considerada como sendo o paraíso na Terra;
- Os primeiros colonizadores da América do Norte deixaram relatos que as tribos dos Grandes Lagos possuiam uma lenda a qual falava de uma grande inundação e de um salvador, ou "Noé";
- Os hopi sustentam que houve um lugar que for a destruído por conta da violência e da corrupção e os iroqueses contam que apenas um homem, uma mulher e um casal de cada raça animal se salvou;
- Na Colômbia, os índios chibchas possuem uma lenda que só difere da dos gregos nos nomes empregados aos deuses. Ambas as lendas mencionam um deus que sustentava os céus ( e às vezes a Terra ) e um grande dilúvio no qual as águas teriam escorrido através de um buraco aberto na superfície da Terra;
- Os incas também possuiam a tradição do dilúvio. Há uma lenda inca que conta que as chuvas teriam durado 60 dias e 60 noites, ou seja, 20 a mais do que na Bíblia;
- A lenda de Tamandaré, dos índios guaranis, também retrata um dilúvio e a salvação de um casal no alto de uma montanha;
- Quetzalcoatl, o deus branco dos astegas e toltecas, voltou para o seu país no mar do leste, depois de haver fundado a civilização tolteca. Esse mesmo deus era adorado entre os maias sob o nome de Kukulkán.
Bibliografia:
Grandes enigmas da humanidade, Editora Vozes – Luiz C. Lisboa & Roberto P. de Andrade;
O Mistério da Atlântida, Editora Nova Fronteira - Charles Berlitz

(extraído de http://www.acasicos.com.br/html/diluvio.htm)


O diluvio, enfim, é puramente uma lenda ou um fato?
Vimos até aqui que não se trata de algo exclusivo dos Judeus e do relato de Genesis. Mas quais as provas desse evento?
A arqueologia não nega que houve um cataclisma no oriente medio a cerca de 7000 ou 10000 anos atras, ao fim da última era glacial. Esse fato é bem descrito conforme abaixo -

Solucionado o mistério do dilúvio na Bíblia, continua o da sua origem no texto de Gilgamesh. No final da década de 90, dois geólogos americanos da Universidade Columbia, Walter Pittman e Willian Ryan, criaram uma hipótese: por volta do ano 5600 a.C., ao final da última era glacial, o Mar Mediterrâneo havia atingido seu nível mais alto e ameaçava invadir o interior da Ásia na região hoje ocupada pela Turquia, mais precisamente a Anatólia. Num evento catastrófico, o Mediterrâneo irrompeu através do Estreito de Bósforo, dando origem ao Mar Negro como o conhecemos hoje. Um imenso vale de terras férteis e ocupado por um lago foi inundado em dois ou três dias.
Os povos que ocupavam os vales inundados tiveram que fugir às pressas e o mais provável é que a maioria tenha morrido. Os sobreviventes, porém, tinham uma história inesquecível, que ecoaria por milênios. Alguns deles, chamados ubaids, atravessaram as montanhas da Turquia e chegaram à Mesopotâmia, tornando-se os mais antigos ancestrais de sumérios, assírios e babilônios. Estaria aí a origem da narrativa de Gilgamesh. Essa teoria foi recebida por arqueólogos e antropólogos como fantástica demais para ser verdadeira.
No entanto, no verão de 2000, o caçador de tesouros submersos Robert Ballard, o mesmo que encontrou os restos do Titanic, levou suas poderosas sondas para analisar o fundo do Mar Negro nas proximidades do que deveriam ser vales de rios antes do cataclisma aquático. Ballard encontrou restos de construções primitivas e a análise da lama colhida em camadas profundas do oceano provaram que, há 7 600 anos, ali existia um lago de água doce. A hipótese do grande dilúvio do Mar Negro estava provada. (http://www.casadobruxo.com.br/textos/biblia02.htm). Ou se preferir o original - www.pbs.org/saf/1207/features/noah.htm


A narrativa conforme descrita pelos arqueologos e estudiosos lembra em muito (eles que me perdoem, mas é isso que me à mente) o desenho A Era do Gelo 2.
Muita especulação é feita sobre como (e se) o relato de Gilgamesh foi adaptado pelos judeus e conseguiu seu lugar no Genesis, alguns historiadores dizem que o relato foi escrito durante o cativeiro em babilonia (cerca de 580 A.C) o que explicaria muitas influencias.
Neste aspecto, se Genesis foi escrito 1500 AC por Moisés ou durante o cativeiro dos judeus em babilonia (580 AC) por outros autores, é uma questão que cabe a cada um pesquisar e escolher sua melhor e mais conveniente versão, mas independente da versão escolhida, cabe aos fiéis analisarem -
Porque Deus enviou aguas dos céus?
De onde veio e para onde foi tal agua?
Matematicamente, quantos litros de agua seriam necessarios para cobrir toda a terra?
É inteligente acabar com todas as especies vivas em detrimento de anjos terem possuído mulheres? (não seria mais Sábio, Amoroso e Justo eliminar apenas o Mal?)
Como um fiel pode justificar tal ato com os atributos divinos Amor, Poder, Justiça e Sabedoria?
O que é mais sensato, as evidencias arqueologicas ou a lenda mal adaptada?

Cada um acredita no que lhe é mais conveniente, mas se voce já tem suas crenças, sejam religiosas, historicas, cientificas ou do que voce pesquisou no google ou seu amigo ou guru lhe contou - não se dê por satisfeito - questione, pesquise, vá a fundo, invalide e questione o que te ensinaram até não sobrar duvidas.
Não aceite algo so porque lhe empurraram como sendo sagrado e divino, certifique de que realmente seja.

1 Tessalonicenses 5:21 - Certificai-vos de todas as coisas, apegai-vos ao que é excelente



Recomendo A Epopeia de Gilgamesh como uma obra a figurar na estante, mas quem desejar um preview antes de comprar - http://www.4shared.com/file/1075396/3286b894/A_Epopia_de_Gilgamesh.html?s=1

terça-feira, 3 de junho de 2008

Post 6 - Amor ou Temor?

As pessoas vivem em medo.
Talvez nosso DNA esteja impregnado de medo e terror.
Tanto no Livro da Urantia quanto em A vida oculta e mistica de Jesus, descrevem os primordios da raça humana, acuada, temendo a noite e seus perigos. Disso, talvez, tenham surgido muito mitos e temores, culto a astros, lua, sol e forças da natureza, e esses cultos se evoluiram até chegarem à forma de deuses.
Deuses tiranos, punitivos, raivosos e muito parecido com os humanos. Claro que alguem tirava lucro e vantagem disso, sacerdotes, pajés e reis. Era facil temer quem vinha em nome destes.

O proprio Deus judaico é um exemplo clássico de ira e impiedade - http://www.youtube.com/watch?v=vBd0O0bqYjk
Este video faz uma contabilidade de todas as passagens biblicas em que mostra as mortes no antigo e novo testamento causadas direta ou indiretamente por Jeová Deus. E nessa conta temos guerreiros, povo comum, familias inteiras, cidades, crianças, virgens, profetas, mulheres - 2.270.370 pessoas - Sem contar a humanidade inteira que se foi no diluvio, e a promessa que Ele tem de acabar com mais 7bilhões de pessoas.

1 - Genesis 19:26 (1) - A mulher de Ló por olhar para trás.
2 - Genesis 38:7 (1) - Er, por ser mal aos olhos do Senhor.
3 - Genesis 38:10 (1) - Onan, por masturbar ou coito interrompido.
4 - Exodo 32:27 (3000) - Por adorar bezerro de ouro.
5 - Levitico 24:10-23 (1) - Por blasfemar.
6 - Numeros 15:32-36 (1) - Apanhar lenha no s ábado.
7 - Numeros 16:27-32 (12) - Corá, Datan e Abirão e familias.
8 - Levitico 10:2 (2) - Filhos de Arão.
9 - Numeros 16:35 (250) - por oferecerem incenso.
10 - Numeros 16:41-49 (14700) - mortos por reclamação.
11 - Numeros 25:4-9 (24000) - mortos por prostituição.
12 - Numeros 31:1-35 (90000) - Massacre de Midianitas (+32000 virgens escravizadas).
13 - Josué 7:24-26 (5) - Acã, filhos e filhas apedrejados.
14 - Josué 8:1-25 (12000) - Cidade de Ai.
15 - Juizes 1:4 (10000) - Guerra a Cananeus e Ferezeus.
16 - Juizes 3:15-22 (1) - Eude mata em nome de Deus.
17 - Juizes 10:22-25 (5) - Reis enforcados.
18 - Juizes 3:28-29 (10000) - Guerra com Moabitas.
19 - Juizes 7:2,22 a 8:10 (120000) - Deus faz Midianitas matarem entre si.
20 - Juizes 14:19 (30) - Sansão mata Asquelonitas.
21 - Juizes 15:14,15 (1000) - Sansão com a queixada de jumento.
22 - Juizes 16:27-30 (3000) - Deus ajuda Sansão a matar.
23 - Juizes 20:35-37 (25100) - Homens de Benjamim mortos.
24 - Juizes 20:44-46 (25000) - Mais homens de Benjamim mortos.
25 - 1 Samuel 6:19 (50070) - Por olharem a arca do Senhor.
26 - 1 Samuel 14:12-14 (20) - Jonatas mata 20 filisteus.
27 - 1 Samuel 15:32-34 (1) - Samuel mata Agague.
28 - 1 Samuel 25:38 (1) - Deus mata Nabal por ser imprestavél.
29 - 2 Samuel 6:6-7 (1) - Uza por tocar a Arca do Pacto.
30 - 2 Samuel 12:14-18 (1) - Deus mata filho de Davi com esposa de Urias.
31 - 2 Samuel 21:6-9 (7) - Filhos de Saul enforcados ao Senhor.
32 - 2 Samuel 24:15 (70000) - Por Davi ter feito um censo.
33 - 1 Reis 13:1-26 (1) - Por acreditar na mentira de um profeta.
34 - 1 Reis 20:28-29 (100000) - 100mil Sírios num dia.
35 - 1 Reis 20:30 (27000) - Muro cai sobre 27mil pessoas.
36 - 1 Reis 20:35-36 (1) - Por não bater num profeta.
37 - 2 Reis 1:4 (1) - Acazias por adorar outro Deus.
38 - 2 Reis 1:9-12 (102) - Queimados vivos.
39 - 2 Reis 2:23-24 (42) - CRIANÇAS, por caçoarem do profeta.
40 - 2 Reis 7:20 (1) - Pisoteado por não crer em Elias.
41 - 2 Reis 9:33-37 (1) - Jezabel devorada por cães.
42 - 2 Reis 17:25-26 (3) - Deus mata "alguns" estrangeiros.
43 - 2 Reis 19:35 (185000) - Soldados Assirios enquanto dormiam.
44 - 1 Cronicas 10:14 (1) - Saul, por não buscar ao Senhor.
45 - 2 Cronicas 13:15-17 (500000) - Israelitas.
46 - 2 Cronicas 13:20 (1) - Jeroboão ferido por Deus.
47 - 2 Cronicas 14:9-14 (1000000) - Exercito etiope diante de Judá.
48 - 2 Cronicas 21:14-19 (1) - Jeorão.
49 - Ezequiel 24:15-18 (1) - Mulher de Ezequiel.
50 - Atos 5:1-10 (2) - Ananias e sua esposa por não darem o dinheiro à igreja.
51 - Atos 12:23 (1) - Herodes, morto por bichos.

Todos mortos por Deus, por sua ordem ou em nome Dele, há ainda vários relatos onde os numeros não foram mencionados - Diluvio, Sodoma e Gomorra, os primogênitos do Egito, e vários outros genocidios. (Não estão inclusos no video relatos como os dos filhos de Jacó que mataram todos os machos de uma cidade, para vingarem "a virgindade" de Tamar, ou as familias do babilonios que tramaram contra Daniel, por exemplo).
A "justiça e o paternalismo" divino que promoveram tais julgamentos (como os defensores de Jeová preferem definir tais ações) são no minimo questionáveis. Vamos considerar alguns exemplos -
Diluvio Global - Qual a justificativa para Deus matar toda a especie humana e animal, do globo inteiro, por conta dos erros das pessoas que viviam numa determinada localidade? Porque ele matou Cangurus na Australia, mico-leões dourados na America do Sul, lhamas no Peru, e etc, por conta daquelas pessoas? No minimo, irracional e pouco pratico. (considerarei esse assunto em outro post futuramente).
Adão e Eva - Foram condenados à morte por comerem um fruto, ou desobedecer. E com isso, toda a humanidade posterior incorre neste julgamento. Até hoje não resolvido.
42 crianças que chamaram o calvo profeta Eliseu de careca foram estraçalhadas por ursos. Porque o sábio homem de Deus, simplesmente não ordenou que os cabelos delas caissem também? Pela palavra dele, 42 CRIANÇAS morreram. Deus executou o desejo dele. Que lição essas crianças aprenderam? Nenhuma! Morreram. Não houve lição aprendida. Se o profeta tivesse ordenado que o cabelo delas caisse, teriam aprendido algo. Esse julgamento do profeta e do seu Deus é mais um exemplo biblico de intolerancia, falta de argumentação, abuso de poder, e nenhuma lição aprendida pela lição, a não ser - Tema!

Mas vamos pular essa parte, vamos focar no aspecto amoroso e justo do novo testamento, nas palavras bondosas de Jesus e de seus apostolos.
1a João 4, 18 diz que onde ha amor, não ha temor
1a João 4, 8 - Deus é amor.

Depois da vinda de Jesus o conceito de um Deus vingativo e punitivo mudou, Jesus foi a redenção, a abertura das portas do paraíso para quem exercesse Fé. Exerceu fé - Paraiso, não teve fé - lago de fogo ou morte eterna. Simples assim.
E esta fé poderia ser acompanhada de amor, não precisava mais temer.
Jesus veio e aboliu todo o esquema judaico de leis que Jeová havia criado para adestrar aquele povo vacilante. Fim de uma era de temor!
Jesus simplificou as coisas - Para alcançar a salvação não era mais necessario sacrificar animais, ou leva-los para o sumo sacerdote, pagar dízimo e seguir um receituario complicado de leis, guardar o sabado e afins.
Interessante compararmos o que Jesus propos com outros escritos antigos -
O Bhagavad Gita cap 18 vs 65 - "Pense sempre em mim e torne-se meu devoto. Adore-me e ofereça-me homenagens. Agindo assim, voce vira a mim impreterivelmente. Eu lhe prometo isso porque voce é meu amigo muito querido" 66 "Abandone todas as variedades de Religião e simplesmente renda-se a mim. Eu o libertarei de todas as reações pecaminosas. Não tema" 68 "Para aquele que explica aos devotos este segredo supremo, o serviço devocional puro está garantido, e no final, ele voltará a mim".

Lembrando os textos de S. João acima e mais João 14, 6 "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguem vem ao Pai senão por mim".

Um pouquinho de cronologia antes de continuarmos, apenas para nos situarmos no tempo, o bhagavad gita foi escrito 500 A.C e os primeiros Vedas antes de 2000 A.C, ou seja, o conjunto da obra é anterior ao Velho e ao Novo Testamento biblico.

Voltando ao assunto, os Vedas já falavam de uma adoração devocional direta a Deus, sem temor, sem intermediarios, sem sacrificios, com fé e meditação muito antes de Jesus.

Menos conhecido dos Cristãos (hoje) é o Mitraísmo, religião que pretendo dedicar um post especifico futuramente. Apenas sintetizando e abrindo um breve parenteses, o Mitraísmo tinha um profeta chamado Zaratustra, um Deus Ahura-Mazda e um messias chamado Mitra. Foi um movimento que se intensificou por volta de 700 AC e conviveu durante os primeiros anos do Cristianismo. O Mitraísmo finalizou por volta de 300 E.C junto com o nascimento da igreja Catolica.

Mas vamos ao que interessa, 700 anos antes de Cristo, enquanto os Judeus ainda rezavam para cair fogo dos céus e destruir o baalistas, ou profetizavam vinganças e mortes através dos profetas Isaias, Jeremias, Oseias, Habacuque, Amós e outros tantos, Zaratustra (ou Zoroastro) estava compondo Paz e Amor!

Gathas de Zaratustra - Cantico 5.
vs 1 - "A Deus oram a familia e a comunidade, assim como também faço pedindo bençãos. Enquanto isso, os falsos deuses ameaçam e trovejam. Queremos ser a mensagem de Deus aos que crêem nesses deuses 3 Esses deuses ameaçadores, adorados por medo, são criações da má mente, do erro e do desprezo à dignidade humana, causam dilapidação da Terra e violência. 4 Quem segue esses deuses, com ações, leva a humanidade ao pior. Com eles tem-se desistido da Boa Mente, da inteligencia e da justiça. 5 Privam a humanidade da Boa Vida e do prazer de viver. De fato, esses deuses são um engano, criam uma mentalidade de mandamentos e falam mal do mundo, concedendo muito poder ao erro.

Os canticos de Zaratustra são muito belos, sempre falando de um Deus pacifico, ordeiro e progressista, um Deus que sente prazer em ver a humanidade progredir e fazer o bem.
O Deus de Zaratustra era de paz, não exigia sacrificios. Apenas abençoava aqueles que praticavam boas ações.

Este conceito de bençãos espirituais para quem pratica o bem tambem era de conhecimento dos chineses ha mais de 500 anos antes de Cristo. Em Os Anacletos, de Confúcio, capitulo 14 vs 34 os discipulos citam o Tao te Ching para o mestre "pague uma injúria com uma boa ação". (Enquanto isso o Deus Hebreu estava lançando fogo do céus e descendo porrada em qualquer um que blasfemasse contra Ele, mesmo que fosse por carregar lenha no sábado).

Notamos nisso que outros livros sagrados já falavam da relação entre a humanidade e Deus ser feita baseada no amor, no respeito e na fé. Os escritos dos filosofos gregos deste período pré cristão também enfatizavam as boas ações como forma de engrandecer os relacionamentos. Da importancia de produzir boas ações e frutos do espirito. Não foi o Cristianismo que inovou, apenas coletou, sintetizou todo esse mix de ensinos.
É importante lembrarmos que os ensinos de Cristo não possuem muita relação com o Cristianismo. O Cristianismo tenta fazer um mix entre as boas palavras (presumidamente) de Jesus e as regras judaicas, esquecem que Jesus eliminou aquela religiosidade com seu ministério.
Jesus pregava espiritualidade, não religiosidade, isso fica claro em Atos 17, 24 'Deus não mora em templos' e 1a Corintios 3, 16 'Vós sois templo de Deus'.
A santidade sai de lugares fisicos e passa para o corpo de quem está conectado com Deus. (isso lembra um pouco o budismo).

Acho que o assunto tomou uma proporção muito distante do que comecei a escrever, mas tudo isso faz-se necessario para mostrar que -
*Não vejo relação entre o judaísmo e o cristianismo, o primeiro pregava o temor através de um Deus de personalidade ciumenta e vingativa, o segundo falava de frutos do espirito e relação direta com o divino.
*Outras culturas (grega, indiana, chinesa, persa, romana) influenciaram o pensamento judaico no primeiro século, não havia mais espaço para uma adoração focada no temor.

Hoje, é lamentavel, mas ainda existem religiões que tentam resgatar a adoração a Jeová, o Deus de Israel. Se dizem cristãs, mas deixam o Cristo de lado quando o assunto é punição e temor. Manipulam textos biblicos para alcançar objetivos escusos.

O objetivo deste post é mostrar a necessidade de não aceitar lideres, mas buscar a conexão direta e espiritualizada.

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Sobre Jeová, O Livro da Urantia (parte III, cap 96, pags 1052 em diante) o mostra como sendo uma deidade tribal, um deus moabita que habitava no vulcão do monte Horeb. Moisés usou esta deidade para que aquele povo, que havia acabado de sair do egito (uma terra cheia de deidades poderosas e de forte personalidade) não ficasse sem um deus.
Mais tarde, a personalidade desse deus sofre influencias do Sumério EL, um deus bondoso e cuidador (isso pode ser notado através dos livros do Velho Testamento, com o tempo vemos Jeová tomando ares partenalistas com a nação de Israel, isso já no tempo de Daniel).
Não consegui evidencias em outras obras ou em fontes arquelogicas para comprovar isso, embora considere muito plausivel.
Ainda sobre o Exodo (saída do Egito) vale a pena conferir o filme "Colheita Maldita" e assistir aos bonus track, uma ótima tese sobre as pragas.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Post 5 - A intolerancia

Contrariar ideia de fanaticos pode ser fatal.
O passado da humanidade esta repleto disso - Guerras em nome da fé, com deuses guerreiros por trás, inquisição, caça às bruxas, excomunhão, cruzadas, campos de exterminio, holocaustos, etc.
E assim a historia humana é repleta de sangue. Sábios convictos de seus ideais manipularam massas usando o trinomio religião-fé-Deus para incentivas incaultos e conquistar seus objetivos.
Napoleão não era ateu, mas não acreditava em bençãos divinas para seus atos e conquistas, mas jogava com a igreja para conquistar seus objetivos. Pelas costas, cardeais e papas eram bajuladores e aproveitadores, ou instrumentos de suas conquistas, uteis enquanto valiam (isso pode ser notado em O Principe - de Maquiavel na versão comentada por Napoleão Bonaparte).
Hittler era religioso, mas seu objetivo era conquistar o poder que estava na mão dos judeus, e todas as outras religiões se omitiram durante o holocausto.
Torquemada, o inquisidor, era um braço da igreja para matar.
O livro - O Martelo das Bruxas - tras um esboço de todo o ferramental usado nessa epoca da historia.
Dizer que os incas e astecas eram selvagens que não acreditavam em Jesus foi um dos argumentos dos espanhois para aniquilar aquelas civilizações.
Os fundamentalistas do Islã ainda chamam os USA de o Grande Satã. Uma boa conotação religiosa para ataques terroristas, não?

O mundo esta civilizando, talvez por causa da velocidade das informações, da globalização o mundo ja não tolera mais os absurdos de outrora. Em partes!
Em alguns redutos ainda afloram ou são mantidas as intolerancias por causa da fé.
Falar da fé alheia ou da propria é fé com outros é como puxar a fera pelo rabo. O bote vem imediato! Poucos se permitem discutir ou ouvir convicções alheias.
Hoje não se queimam bruxas ou perseguem os judeus (me lembrei do filme Borat, onde para ele os judeus se transformavam em baratas). Mas a intolerancia ainda existe.
Um exemplo disso é mostrado na historia real de Sarah (Tabita) no filme dinamarques To Verdener (worlds apart, ou Mundos Separados (caso chegue no Brasil)). A personagem por desobedecer algumas regras da organização religiosa a qual pertencia é perseguida, humilhada, ignorada pela familia e amigos. Absurdo isso? Sim! mas acontece a todo tempo, acontece comigo, com pessoas que conheço e com pessoas que desconheço. A transição entre os mundos é dolorida, os inquisidores (muitas vezes, bem intencionados) não querem te ver livre transitando fora da caverna. Eles talvez não te matem fisicamente, mas tentarão te matar moralmente e psicologicamente. Sair de um mundo fechado, negar as ideias dos seus amigos, mesmo que em silencio, sem dizer nada... basta que eles 'achem' que voce pensa diferente. Exclusão, excomunhão ou desassociação - morte moral e psicologica.
O expulso será sempre visto como um vilão, desertor, covarde, apostata, rebelde - algo imundo a ser evitado, pois contagia.
Isso é o que é mostrado em To Verdener (que é baseado em fatos reais) e na obra ficcional de Orwell - sistemas manipuladores e intolerantes onde so existe uma unica pseudo realidade.
Seitas fechadas e fundamentalistas possuem medo de comportamentos diferenciados e de pessoas que pensam diferente ou por conta propria.
São a contra mão do mundo globalizado. Ditadores e fundamentalistas tem algo em comum, o desejo de centralizar o conhecimento e a informação em uma unica fonte, em uma unica forma de interpretação (vide 1984 de George Orwell).
Infelizmente religiões ainda são assim, poucas evoluiram a ponto de permitir uma discussão aberta de seus ensinos, ou de não envolverem na vida pessoal de seus adeptos. Religião é dominio.
Isso prevalece por uma questão cultural. Embora uma elite pense, uma grande massa prefere que outros a dominem e pensem por eles. É muito fácil ter amos da fé, líderes que te digam como vestir, o que comer, que criem ritos, escolham sua roupa e modelo de corte de cabelo, que escrevam e leiam para voce nos fins de semana o que prepararam - interpretações pessoais sobre suposições divinas. Assim é o mundo - dividido em tres camadas -
Dominados
Dominantes
Livres

Sendo que todos se dizem 'livres' em suas escolhas.
O que ilustra bem essa escolha é o filme - Matrix - na cena que Neo se vê diante da escolha entre a pilula vermelha e a azul, entre o viver preso às ilusões e o se libertar.
Assim como no filme, libertar-se tem um preço. DOR. Dor de abrir o olhos e enxergar por si mesmo, antes ele via pelo que era injetado no seu cerebro, ele tomava decisões e se achava esperto, mas tudo dentro de um mundo fantasioso e armado para iludi-lo. Podia passar a vida inteira ali, mas preferiu se libertar, acostumar com a realidade.
A Matrix é o mundo tal como foi colocado diante dos seus olhos, cheio de paradigmas que não são teus.

Essa é a proposta deste post - Saía da intolerancia, saía da programação que te impõe. Deixe que a liberdade da mente seja mais importante que os muros da intolerancia que rondam. Descubra o mundo novo que existe lá fora, e crie a sua realidade, com as sua percepção.


http://www.youtube.com/watch?v=tsOR9rqCVwM Trailer de To verdener
http://www.imdb.com/title/tt1065318/ site oficial (?)
http://www.youtube.com/watch?v=arcJksDgCOU (Matrix - blue pill, red pill)

Post 4 - A Caverna e os Cisnes Negros

Para quem nunca leu, não conhece ou ja faz tempo que não lê 'A Caverna - Platão', vale a pena visitar http://pt.wikipedia.org/wiki/Mito_da_caverna (pelo menos na edição de 16/11/2008 estava totalmente transcrita, ou então - A República - Platão).

Essa alegoria define bem os grupos ou sociedades fechadas que acreditam que as sombras que veem sejam a realidade. Mundos pequenos que ignoram uma vasta realidade de luzes e cores (ou conhecimento e verdades) que habitam o mundo externo à caverna.
Quando finalmente uma pessoa consegue se libertar dos grilhões em que nasceu e sempre viveu, consegue sair, se surpreende com a realidade externa e passa a entender que as sombras que sempre viu eram apenas um reflexo da realidade. A primeira coisa que pensa é em voltar e contar aos seus amigos que vivem presos sobre o mundo que existe lá fora - sobre a verdade que acaba de descobrir.
Isso é a coisa mais humana possivel, a vontade de compartilhar a novidade.
Mas, a verdade não é bem recebida por quem esta preso à ignorancia. Eles preferem acreditar que suas ilusões é que são a realidade. E aquele portador de boas novas acaba sendo assassinado por seus antigos amigos, sendo considerados por ele como um herege. Afinal, como as coisas não poderiam ser tal como sempre acreditamos?

Sempre termos acreditado em algo não torna essa coisa real caso ela seja uma mentira. O mesmo se dá com o contrario - Sempre termos ignorado a existencia de algo, não quer dizer que ela seja errada, falsa ou inexistente. Conforme Taleb em A Lógica do Cisne Negro - O ocidente sempre achou que os cisnes eram todos brancos. Sim, sempre so haviam visto cisnes brancos, essa é a cor oficial deles, até que um belo dia descobriram cisnes negros na Oceania.
O fato de que todas as pessoas europeias e ocidentais nunca terem visto um cisne negro não era uma prova de que eles não existiam. São as possibilidades incontidas no nosso conhecimento.

Assim como também o fato de uma pessoa ser criada com a biblia em casa, na igreja, na comunidade, no país inteiro este ser o livro sagrado preferido de 98% da população - não o torna único e nem tampouco verdadeiro (ops! não estou dizendo neste momento que ele seja falso, mas porque não conferimos isso, e não tratamos de dar o embasamento necessario a este fato?).
Voce ter aprendido que Jesus é o Salvador e ter ouvido isso a vida inteira, não faz com que 1 bilhão de indianos estejam errados por crer em Krishna. Afinal sempre ouviram falar de Krishna no café da manhã, no almoço e no jantar, para eles, Jesus é que é um estranho.
Ou seja, cada um na sua caverna ignorando o mundo alheio repleto de experiencias, historias e mitologias.

O meu convite neste post é - Não ignore o mundo alheio. Não o taxe de falso e ruim sem antes conhece-lo. Conheça! Explore! Vivencie! Experimente e compare - aí sim, crie sua opinião.

Post 3 - A Origem dos Estudos e a Fé

As pesquisas não brotaram simplesmente do nada, houve um tempo de assimilação, questionamento, duvidas e "aquele algo" que fez tudo começar.
O movimento começou quando ouvi a definição de "sofisma" (fazer raciocinios capciosos) que podemos definir tambem como - 'Uma verdade não pode estar amparada em pilares de falsidade', ou seja, toda a estrutura que compões uma verdade tem que ser verdadeira, pura, lógica e incontestavel.
É importante que algo a ser exposto como 'verdade' não seja solidificado em bases de 'achismo' ou apenas em 'fé'. Tem que haver uma base cientifica, historica ou arqueologica, racional e lógica.

Nesse ponto, a recomendação que dou a qualquer um que busque fundamentar a sua fé é basea-la em fatos. Sim, a fé como definida por S. Paulo na carta aos Hebreus é "A expectativa certa de coisas não vistas". A fé se baseia em esperança. Mas o que dá fundamento para a fé?
O que uma instituição religiosa prega ou que diz na biblia?
Neste caso, cabe bem perguntar - Quem escreve os artigos da instituição religiosa? Se baseiam em quê? E se voce mesmo ler as fontes em que eles pesquisaram, chegará às mesmas conclusões? Se não, porque? Devemos confiar em tudo que lemos?

Essa ultima pergunta no remete ao pensamento de Provérbios 14:15 - 'Qualquer inexperiente põe fé em cada palavra, mas o argucioso considera os seus passos'.

Para mim nada escapa dessa máxima, nem biblia, alcorão, bhagavad gita, gathas ou qualquer outro livro antigo ou tipo por sagrado. A verdade tem que ser exposta, queimada, incinerada, provada, questionada para provar seu valor.

Quando algo é apresentado como autoridade, por estar contigo em um livro antigo, aí a situação complica mais um pouco, pode ser que tal livro, seja ele uma obra filosofica, um estudo cientifico ou um escrito dito como sagrado - perguntas como - Quem foi o escritor? Em que ele se baseou?
Estas perguntas abrangem sua vida familiar, social, o periodo em que viveu, quais as suas percepções, etc. Simplesmente responder pela fé - "Fulano foi inspirado por tal divindade" não é uma resposta satisfatória para validar o fato. (confira o video http://www.youtube.com/watch?v=6KvgCZ7nt4o e veja se isto não soa familiar).

O meu objetivo nisso não é dizer que ter FÉ é ruim ou errado, mas apontar que muitas pessoas possuem uma fé cega, sem base, sem apoio - E elas juram que tem! Coitado de quem questiona-los! Elas trabalham, matam, suicidam, se anulam, exaltam, se doam a deuses, santos e instituições por coisas que simplesmente ouviram outros dizer ou leram em algum lugar. Decisões erradas são tomadas a todo segundo em nome da fé e com isso se esquecem da busca maior que é a verdade. Neste aspecto é interessante uma analise do Novo Testamento - Ao passo que diz em toda a parte que o que salva é a Fé, aponta também um outro lado "Conhecereis a Verdade e a Verdade vós libertará" (S. João 8, 32).
Será que esses dois conceitos podem caminhar juntos? Ou o autor queria dizer que a fé deveria ser baseada em conhecimento?
A Fé não pode ser dogmatica, como ela se trata de expectativas (às vezes intangiveis - pense em quantos morreram com fé que veriam Cristo voltando nas nuvens), é preciso que o fiel esteja aberto para mudanças, novidades e confrontos. Que tenha abertura.
Sim, tudo isso prejudica a FÉ (dogmatica), mas nunca prejudicará na busca pela verdade. Afinal o que é mais importante, ter fé ou ter a verdade?
E se a fé estiver errada?
Sugiro que todo fiel questione, pergunte e analise sempre sua fé. Verifique a fundo se sua aceitação não é apenas dentro de um grupo ou denominação isolada.
Cada fiel católico, por exemplo, deve ter noção de que o Hindu do outro lado do globo tem convicções fortissimas de que o verdadeiro Deus é Krishna, enquanto o islamico tem plena convicção de Deus é Alá, ao passo de que os bruxos e Wiccas acreditam na Deusa e no Deus (o Sagrado feminino e o sagrado masculino) - e todos eles se sentem abençoados e com firmes evidencias de que estão no caminho certo.
Então como pode, uma pessoa que acredita em Jesus, e dele recebe suas bençãos e graças, duvidas ou questionar do hindu, mulçumano, budista, wicca e outros que também recebem suas bençãos, graças e ainda contam historias de milagres divinos?
Simplesmente dizendo que os outros estão errados e ignorando o que dizem? Não! Isso seria ceticismo alheio total. Antes de negar algo, conheça. Não chame de falso e demoniaco sem antes estudar, entender e experimentar.
Valorizo a pessoas que experimentam e dizem com propriedade de suas vivencias que não gostaram de algo, ou que apreciaram, mas aquela conversa de 'não vi e não gostei' tem um nome - Ignorancia Cega.
Mesmo que eu nunca encontre a verdade, estarei sempre em busca e anulando mentiras. Posso não encontra-la na sua mais pura essencia, mas anularei muitas falacias, mentiras, sofismas, mitos, crendices e afins. Isso bastaria para a vida, não ter vivido escorado em medos e seguido a homens, que também tentam encontrar algo (Jeremias 17, 5).



http://www.faced.ufba.br/ponto_de_vista/jose_saramago.htm (Fator Deus - de José Saramago)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sofisma

Post 2 - A referencia bibliografica

Esse post será sempre alterado

Minhas pesquisas nos ultimos 2 anos envolveram -
1. biblia sagrada
1.1. Velho testamento
1.2. Novo Testamento
2. Alcorão
3. Bhagavad Gita (comentado por Swami Prabhupada)
4. Gathas de Zaratustra
5. Os mistérios de Mitra - Franz Cumont
6. O Livro dos mortos do Antigo Egito (comentado por Dr. Ramses Seleem)
7. A epopeia de Gilgamesh
8. A vida oculta e mística de Jesus - A. Leterre
9. Budismo com Atitude - B. Allan Wallace
10. A Origem das Especies - Charles Darwin
11. Deus, um delírio - Richard Dawkins
12. O livro da Urantia
13. Lógica - Salmon
14. Entre Kant e Hegel - Beckenkamp
15. A Républica - Platão
16. ZEN suas historias e ensinamentos - Osho
17. ZEN A transmissão especial - Osho
18. Vida, amor e riso - Osho
19. Os Anacletos - Confúcio
20. Assim falava Zaratustra - Nietzsche
21. Além do bem e do mal - Nietzsche
22. Budismo - Antonio Carlos Rocha
23. O Tarô Zen - Osho
24. 1984 - George Orwell
25. O Principe - Maquiavel
26. O sexo dos deuses - Antonio Carlos Olivieri
27. A lógica do Cisne Negro - Nassim Nicholas Taleb
28. Kierkegaard em 90 minutos - Paul Strathern
29. Platão em 90 minutos - Paul Strathern
30. Sartre em 90 minutos - Paul Strathern
31. O Círculo iniciatico de Hermes - Aleister Crowley
32. O livro da lei - Aleister Crowley
33. Rituais, documentos e a magia sexual - Aleister Crowley
34. Ateus graças a Deus - Alfredo Bernacchi
35. O Arqueometro
36. A arte refinada de detectar mentiras - Carl Sagan
37. O mundo assombrado pelos demonios - Carl Sagan
38. Os dragões do Eden - Carl Sagan
39. Em busca da liberdade cristã - Raymond Franz
40. Crise de Consciencia - Raymond Franz
41. Resumo de um tratado da natureza humana - Hume
42. A miséria do historicismo - Karl Popper
43. Necronomicon -
44. Sobre o que há - Quine
45. Platão - O Sofista
46. Porque não sou cristão - Bertrand Russel
47. A improbalidade de Deus - Richard Dawkins
48. O Gene egoista - Richard Dawkins
49. O relojoeiro cego - Richard Dawkins
50. Sobre a brevidade da vida - Seneca
51. Matrix - bem vindo ao deserto do real - William Irwin
52. Zend Avesta
53. O discurso do método - Descartes
54. Prolegômenos a toda a metafisica futura - Kant
55. Descartes em 90 minutos - Paul Strathern
56. A lógica da pesquisa cientifica - Karl Popper
57. Investigação acerca do entendimento humano - David Hume
58. Isis sem véu - Balavastky
59. A Arte da Guerra - Sun Tzu
60. O Evangelho segundo Tomé
61. O Evangelho segundo Judas
62. O livro de Enoch


Além dos livros que são muitos em minha biblioteca (e continuarão aumentando! muita coisa li nos agradavéis ambientes da Siciliano, Leitura, Mega Store e outras grandes livrarias) vale mencionar que a internet possui um excelente acervo e nesse aspecto a Wikipédia (acervo excelente para uma primeira pesquisa em diversos temas) foi de grande ajuda, e seria injusto se não citasse o amigos dos foruns http://extestemunhasdejeova.org/forum/
www.forum.clickgratis.com.br/tjlivres
http://www.oshobrasil.com.br/
e sites que disponibilizam livro como o www.4shared.com
também o video Zeitgest http://www.zeitgeistmovie.com/

O conhecimento e as fontes estão a disposição de todos, por livros, filmes, documentarios, obras, arte, internet... um mundo inteiro pulsa lá fora!

Post 1 - Apresentação

Foi um longo tempo, muita analise e pesquisa até iniciar este blog.
Tive uma criação religiosa rigorosa e com muitos compromissos para uma criança, mas mesmo como criança eu já questionava, duvidava e buscava respostas, talvez as buscasse nos lugares errados. Por vezes abafei as duvidas na esperança de que um dia as respostas simplesmente caissem dos céus.
Viver na ignorancia ou na constante aceitação do que é imposto é uma continuidade do comodismo. Isso é inaceitavel para quem busca respostas. Muitas vezes a pergunta certa é tão importante quanto a resposta.
Nem digo a "verdade", ela é inalcançavel, mas detectar mentiras, isso é possivel! Hoje encaro que tudo pode ser incerteza ou duvida, sendo possivel eliminar as mentiras e uma clareza possivel detectar. Talvez a verdade tenha sido vista por alguns mestres ao mesmo passo que muitos e muitos outros se equivocaram e indicaram dentro de suas certezas e convicções o caminho errado. Cabe a nós identificar os verdadeiros e os equivocados (sendo que nossa propria analise pode estar errada também).
Então o grande lance é nunca dizer que "possuo a verdade", mas que sei o que é a mentira ou pelo menos tenho conhecimento dos fatos.
Humildemente cito as palavras de Descartes - "O que conheço é uma gota, o que ignoro é um oceano."
Essa busca nunca terminará. Havera sempre muita coisa a fazer, descobrir, ler, separar, cruzar as informações, analisar, ignorar, supor, desenterrar, buscar, questionar, admitir, aceitar, filosofar, escrever, discutir e acima de tudo - aventurar-se pelo oceano que ignoro.

Um dia, quem sabe, na posteridade, alguém leia o que será publicado aqui, refaça o caminho e tenha outras percepções. As percepções que tenho, guiaram meu caminho, mas acredito plenamente que cada um deve fazer sua busca e, nunca, mas nunca mesmo - Fazer como seu o caminho alheio.
Tenho realmente pena de pessoas que depositam suas vidas em organizações, religiões ou lideranças.
É importante ter em mente que o verdadeiro mestre não te guiará pelo caminho, apenas lhe apontará a direção.
Essa pesquisa tem objetivo de mostrar a amplitude dos caminhos e das direções... sem certezas ou exatidões, mas com a minha percepção que é no minimo - mutável!