quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O surrealismo da fé


O que é ter fé?
Acreditar – essa é a resposta padrão.
Expectativa certa de coisas não vistas – essa é outra.
Eu digo que os fieis são aqueles que ignoram e negam todas as evidencias reais e palpaveis, observadas e sentidas, comprovadas em laboratorios, em prol de algo que simplesmente cismaram que existe e que assim deveria ser.
Acreditam em coisas tão absurdas e intangiveis, que ninguem pode ver, e dessa forma dizem “é invisivel” e se é invisivel, ninguem pode dizer o contrario.
É como acreditar nas fadas e duendes dos jardins, ou na chaleira que orbita o sol. Voce já viu? E se disser que viu, ninguem poderá contradizer sua experiencia. Bom, existem otimos remedios e tratamentos de choque para isso...
A fé é algo confortavel, acredite apenas. Só isso. Não exige esforços maiores. Só que a fé não é um produto basico, é vendido com um kit que envolve obras.

Do ponto de vista de quem não tem fé, funciona assim – O fiel é aquele que acredita em algo que não existe e trabalha arduamente para isso. Seja para agradar a deidade que ele criou ou o objetivo que supõe existir. É surreal. Como correr atras do arco iris para alcançar o pote de ouro guardado pelo duende.
Tão lúcido quanto abrir a porteira pro avião passar nos céus.

É interessante observar, eles se matam de esforços para colherem beneficios depois de mortos. Logico que o psicologico disso é mais complexo, se não abnegarem da vida, prazeres e afins, um furioso bode vermelho o atormentará por toda eternidade em algum lugar imaginario da inexistencia. Surreal! Sim, a fé é surreal. Quem acredita passa a vida pensando no futuro. A fé é a cenoura amarrada na frente do burro. Ele caminha, caminha, caminha... sempre achando que vai alcança-la.
A fé possui dois aliados, esperança e medo – isso é o que a torna atraente. Acredite em papai noel, seja bonzinho e ganhará presentes no fim do ano. Não se comporte e não ganha presentes. Embora Papai Noel não seja real (espero que nenhuma criancinha esteja lendo isso, me perdoem!) o presente no fim de ano acaba sendo real, graças aos bondosos pais que propagam esse mito (não sei com qual beneficio para as mentes infantis – algum psicologo de plantão poderia me explicar?). Crescemos, e o Papai Noel dos adultos passa a ser chamado de Deus. Os problemas dessa troca é que o presente so vem depois que o individuo morrer e não existe mais uma figura real e palpavel para garantir o presente. Bons tempos a infancia, quando o presente de fim de ano era garantido, independente da fonte.

Mito por mito, entre Deus e Papai Noel, o segundo sai com amplas vantagens. É capitalista, feliz, bonachão, simples, vive no meio duendes, as vezes até responde algumas cartas, causa o maior frisson no fim de ano e não sacaneia com ninguem. Simples assim, a criança foi legal, escovou os dentes, não brigou, obedeceu papai e mamãe – pronto- presente garantido no fim de ano. Já quando se trata de Deus... existe mandamentos, regras, codigo legislativo, moral e etico. Pisou na bola? Ferrou, seu caso vai ser tratado por outra entidade.
Acaba sendo muito divertido tudo isso. Algumas pessoas levam isso tão a serio, que ficam tão indignadas com os processos, que acabam se debandando para as forças do outro lado. Livre, mais solto, mais caliente... mas tudo, claro, com otimas doses de fé.